Além do Lucro: Entendendo a importância dos Stakeholders na Era do ASG

Stakeholders são indivíduos, grupos ou organizações que têm interesse ou são impactados pelas atividades de uma empresa. Diferentemente dos shareholders (acionistas), que se concentram principalmente no retorno financeiro, os stakeholders têm uma variedade de interesses e preocupações que abrangem aspectos sociais, ambientais e de governança (ASG).

A atenção aos stakeholders, e não apenas aos shareholders, reflete uma abordagem mais sustentável dos negócios, reconhecendo que as empresas têm responsabilidades que vão além do lucro financeiro. Isso inclui o impacto de suas operações no meio ambiente, na sociedade e a forma como são governadas.

Exemplos de stakeholders, considerando a importância do ASG, incluem:

1. Clientes: Preocupam-se não só com a qualidade e o preço dos produtos ou serviços, mas também com as práticas sustentáveis e éticas da empresa.

2. Funcionários: Buscam um ambiente de trabalho seguro e justo, além de oportunidades de desenvolvimento, refletindo a dimensão social e de governança.

3. Investidores: Além do retorno financeiro, estão cada vez mais atentos às práticas ASG das empresas, reconhecendo que estas podem influenciar o desempenho a longo prazo.

4. Fornecedores: Parceiros comerciais que também são avaliados com base em suas práticas ambientais, sociais e de governança.

5. Comunidade Local: Interessada nas contribuições sociais da empresa e no seu impacto ambiental.

6. Governo: Regula as atividades empresariais e promove políticas ASG.

7. Concorrentes: Influenciam e são influenciados pelas tendências ASG no mercado.

8. Grupos de Advocacia Ambiental e Social: Pressionam por práticas empresariais mais sustentáveis e responsáveis.

Esta abordagem centrada nos stakeholders reconhece que o sucesso empresarial a longo prazo está intrinsecamente ligado ao bem-estar dos diversos grupos que interagem com a empresa, indo além da mera geração de lucro para os acionistas.

Casos famosos de negligência aos stakeholders:

O caso da Mariana, no Brasil, é um exemplo significativo de um desastre ambiental e social causado pela negligência em relação aos stakeholders. O desastre de Mariana ocorreu em 2015, quando a barragem de Fundão, operada pela Samarco rompeu-se, liberando 34 milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração, causando danos ambientais, sociais e econômicos de grandes proporções. O desastre causou um impacto negativo significativo na imagem da empresa, o que levou à perda de clientes e parceiros. A empresa também foi obrigada a suspender suas operações por um período de tempo, o que causou prejuízos financeiros.

O caso envolvendo a Zara é outro exemplo de como a negligência em relação aos stakeholders pode resultar em repercussões negativas. O incidente mais notório relacionado à Zara envolveu alegações de trabalho análogo à escravidão e condições de trabalho precárias em sua cadeia de fornecimento afetando fortemente a imagem da Zara.